Este “é meu texto sobre “identidade”, referente
à atividade do curso Escolas Sustentáveis
com vida”, realizado pela UAB/UFMT. tendo como tutora a profª Alzira.
Nasci no dia 21 de novembro de 1975, na cidade de Palmitos,
Estado de Santa Cataria e me chamo Edira Maria Travessini. Sou filha de Odile e
Antonio Travessini. Sou professora Licenciada em Pedagogia, atuo na Escola
Municipal Beija-Flor com o 3º Ano “B” do período vespertino, neste município de
Guarantã do Norte/MT.
Minha infância foi no interior, morava numa chácara, onde
havia um riozinho que chamávamos de sanga nos fundos do terreno que fazia
divisa com outra chácara. Vivi até os 11 anos de idade em contato direto com a
natureza. Não tínhamos tecnologias como computadores, celulares e outros meios
tecnológicos que as crianças possuem atualmente, mas, tive uma infância muito
bem aproveitada que hoje não valorizam ou não possuem por viverem na cidade.
As brincadeiras e cantigas de rodas faziam parte diariamente
das nossas vidas. Pega-pega, esconde-esconde nas árvores, banho de chuva, de
rio, pescarias, andar com carrinho de rolamento, jogo de bola nos “potreiros”
deslizar na grama com papelão, era maravilhoso. Não precisávamos de brinquedos
caros para sermos felizes.
Na vila havia pouco comercio. A cooperativa abastecia na área
de supermercado, um armazém comunitário, uma loja de confecções, a Igreja, o
campo de futebol da vila, e a escola. A escola recebia alunos das linhas
próximas. Quando necessário, os professores conversavam com os alunos que
levavam enxadas, vassouras e restelos para cuidar da limpeza do pátio da escola
que era enorme. Ninguém reclamava e não era humilhante para nem um aluno. Todos
cuidavam da escola com carinho e orgulho.
Hoje a escola está bem
cuidada, mas com poucos alunos, pois as famílias deixaram o interior e
procuraram as cidades para possibilitar melhores condições de vida e estudo as
suas famílias e seus filhos, pois a escola da vila não oferecia ensino médio.
Foi com esta mesma intenção de oferecer uma vida melhor para
a família, que meus pais procuraram esta cidade, já muito bem falada na época,
no lugar onde eu morava, para começar uma nova vida.
A viagem foi sofrida, pois não havia asfalto no norte do Mato
Grosso. Nos mudamos em junho de 1988. A cidade estava só começando, não havia
energia elétrica, nem água tratada. Havia muita mata e animais ferozes eram
fáceis de serem encontrados.
A economia da cidade girava em torno do extrativismo mineral
(ouro). A malaria era constante. Os carros de fumacê passavam com frequência
para controlar o mosquito.
Com a crise na economia, os garimpeiros trocavam ouro por um
prato de comida, e os garimpos começaram a se fechar dando entrada ao
extrativismo vegetal (madeira), que também precisou ser controlado, originando
assim, outros meios de economia para o crescimento do município.
Desta maneira, percebi
que as pessoas, alguns anos atrás, cuidavam muito mais do meio ambiente e eu
acredito que tudo parte da cultura das pessoas. Hoje, as pessoas perderam suas
culturas e seus costumes familiares. Perderam suas raízes e seus princípios.
Acredito que será difícil mudar a população, devido as suas culturas.
Tenho uma filha de 11 anos e estou passando todos os valores
e princípios que aprendi com minha família.
Creio que se todas as famílias tivessem essa responsabilidade
com seus filhos e passassem seus valores, o mundo estaria muito melhor.
Minha Pegada Ecológica foi de 1.1, e a semente que vou
plantar para ajudar o planeta, será conscientizando meus alunos para a
preservação do meio ambiente.
Edira
Maria